Copom Eleva Selic para 10,75% em Primeiro Aumento sob Governo Lula
- Giovane
- 18 de set. de 2024
- 2 min de leitura
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, pela primeira vez no governo Lula, a taxa Selic para 10,75% ao ano, marcando o fim de uma fase de estabilidade de juros que durava desde agosto de 2022. Esse aumento de 0,25 ponto percentual foi impulsionado principalmente pela desancoragem das expectativas de inflação, que têm se mantido acima da meta oficial de 3%. O crescimento econômico acima das expectativas, com projeções de um PIB superior a 3% em 2024, e um mercado de trabalho aquecido também influenciaram a decisão.
O Copom justificou a elevação mencionando a necessidade de conter as pressões inflacionárias, especialmente em um cenário de demanda elevada e mercado de trabalho aquecido. O comunicado destacou ainda que o cenário fiscal instável, com ausência de um plano claro para o controle do déficit público, também pesa nas decisões de política monetária.
No contexto internacional, o movimento do Copom contrasta com a decisão do Federal Reserve (Fed), que recentemente começou a reduzir os juros nos Estados Unidos, após mantê-los em níveis elevados por anos. Essa mudança pode atrair fluxos de capitais para o Brasil, contribuindo para a valorização do real e possivelmente ajudando a conter a inflação através da redução dos preços de importados.
O mercado prevê que essa alta na Selic possa ser o início de um novo ciclo de elevações até o começo de 2025, com a expectativa de que a taxa chegue a 11,25% no final deste ano.
A decisão do Copom de elevar a taxa Selic para 10,75% reflete preocupações com o cenário econômico, especialmente no que diz respeito à inflação e ao crescimento econômico. Essa foi a primeira elevação dos juros desde o início do governo Lula, e marca um ajuste para tentar alinhar a inflação à meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O aumento foi motivado pela persistente alta nos preços, com projeções de inflação acima de 3% para os próximos anos, o que causou um desvio nas expectativas dos agentes econômicos.
Além da inflação, o crescimento econômico robusto e o aquecimento do mercado de trabalho impulsionam a demanda interna, aumentando a pressão sobre os preços. Esse cenário contrasta com a fragilidade fiscal do país, que levanta preocupações sobre a sustentabilidade do crescimento no longo prazo. A ausência de reformas fiscais estruturantes também intensifica a incerteza sobre a capacidade do governo de controlar o déficit público, o que pode dificultar o controle da inflação.
Outro ponto importante é a diferença de políticas monetárias entre o Brasil e os Estados Unidos. Enquanto o Federal Reserve reduziu as taxas de juros americanas, o Brasil eleva as suas, o que pode atrair investidores internacionais em busca de retornos mais elevados no país. Esse fluxo de capital tende a valorizar o real, o que pode ajudar a conter a inflação, ao reduzir o custo de importados. No entanto, a manutenção de juros altos por mais tempo pode representar um risco para o crescimento econômico brasileiro, criando uma possível armadilha de crescimento desequilibrado.
Posts recentes
Ver tudoO Brasil está em chamas, e não apenas no sentido figurado. A fumaça que sobe das florestas queimadas cobre o céu de diversas regiões do...
As eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2024 estão cada vez mais acirradas, especialmente nos chamados estados-pêndulo, que...
Comentários